domingo, 7 de abril de 2019

KISSES, Anitta e o seu conceito

Anitta é a maior cantora pop atualmente no Brasil. Ela está construindo uma carreira que vai além do seu país de origem e nós sabemos o quão dificil é sermos notados. Anitta é malandra, esperta e inteligente e está conseguindo aos poucos ser reconhecida lá fora. Mas ela precisava de algo mais consistente do que feats. com J Balvin e Rita Ora, ela precisava de algo mais marcante que um EP. Kisses é basicamente o "Eu sou isso aqui, eu sei cantar tudo isso aqui".

Kisses mostra um pouco da versatilidade da cantora, que propõe se mostrar de todas as formas possíveis em 10 videoclipes com 11 participações especiais. Porque tanta gente no álbum? Porque ela pega a garota de 15 anos que adora Becky G e também pega o homem de 50 anos que escuta Caetano. Ter participações é muito importante para aliar conteúdo e abrir horizontes de novos ouvintes.

Esse possivelmente é o último álbum da Anitta, que sabe que na era do streaming você tem que lançar e divulgar muito. Esse ano ainda tem parcerias com Clean Bandit e Madonna. Anitta agora quer deixar que as pessoas a procurem, fazer com que seu nome rode mais lá por fora, para aí sim ela começar a lançar o que der na telha.

Agora indo para o lado critico da história. Kisses é um albúm confuso, em que não dá para saber direito qual é a proposta dela. O conceito fica muito em segunda mão sobre a questão de personas. Há músicas boas e com potencial, mas há músicas "ok, não é grande coisa". Os clipes nem se fala. Uns três deles são bons, o resto realmente é fraco e sem nenhuma grande inovação. Para Anitta, a mulher bombástica que conhecemos, esse álbum me deixou com vontade de mais.

Banana, Onda Diferente, Poquito e Você mentiu são as músicas com maior potencial. Sendo Banana e Poquito para o mercado internacional e Onda Diferente e Você mentiu para o mercado nacional. Anitta mexeu com gigantes nesse álbum, mas não os aproveitou da forma correta. Esse álbum é um feito para história da música pop brasileira, mas ainda assim para a proposta dela, é pouco.

Anitta tem potencial de fazer coisas gigantes, e essas coisas gigantes foram feitas de formas bem rasas.

"Ah mas isso é inovador". Para o mercado brasileiro? Sim, lá fora esse tipo de conceito é utilizado há décadas. O último mais famoso foi feito por Beyoncé, mas não podemos comparar. A estrutura conceitual do álbum da Beyoncé vai além porque ela já era a Beyoncé. Anitta tem que trabalhar muito ainda seu conceito e potencial lá fora para poder lançar um conceito realmente conceitual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário